Do tempo
Quando o dono do tempo quebrar a ampulheta
E o resgate das horas assim ocorrer
Ao coração se virá atroz lanceta
Que o sangue da vida fará escorrer
Ao passo inevitável da cruel corrida
No cotidiano lânguido do dissabor
Impositivo se faz viver-se a vida
Nas paragens belas do vivo amor
Pois se o mundo ingrato nos faz sofrer.
E o sistema insiste em fimícola ser,
Só resta saber aproveitar o momento.
E a cada minuto que falta na vida,
Fazer o bem na toada da lida,
Ao desgaste final da pedra do tempo.